Eu quero ouvi-los dizer “o meu humano é o meu melhor amigo”.
Esta ambição que projecto sobre o meu cão e gato é tão altruísta como egoísta. Quero que eles sejam felizes mas quero também sentir a segurança de que cumpri o meu papel, que estou a fazer o melhor para eles, que a nossa relação é inabalavelmente profunda e feliz!
Ninguém quer ter um melhor amigo que não sente o mesmo.
Mas no que toca a animais de companhia, infelizmente acho que nós – os humanos – muitas vezes não somos correspondidos. Esta coisa de ter um melhor amigo de outra espécie é um super desafio. Temos diferentes hábitos alimentares, diferentes estilos de brincadeira, dormimos muito menos que eles e trabalhamos muito mais, controlamos tudo na vida de ambos, e eles não têm o peso da responsabilidade, da preocupação, das recordações e das decisões. Uma relação assim parece condenada a falhar. Mas há um trunfo que salva relações humanas e que faz também com que sejamos felizes com os nossos animais.
A comunicação.
É isso que todos procuramos nas nossas companhias, não é? Pode ser aquele silêncio confortável de cumplicidade ou a exuberância sem filtros de momentos emocionais. Só queremos ser compreendidos. Não tem que ser verbal. Mas eu falo com estes meus amigos não-humanos e eles falam comigo. E quando nos compreendemos, é mágico. É a linguagem mais pura, mais sincera, mais forte que há. E de repente tudo fica bem ♥
Amigos destes são preciosos.
Só dão, não pedem. Quando parece que somos nós que cuidamos deles, eles cuidam de nós. Sentimos o peso da responsabilidade a dobrar mas eles estão sempre prontos para nós. Prontos para o que fôr, ao nosso dispôr, à nossa mercê. Nós em primeiro lugar, eles em segundo.
Ser o melhor amigo do meu animal é fazer o mesmo: pô-lo em primeiro lugar.
[ reflexões do dia em que a grande gorda Gandhi fez 9 anos ♡♡♡♡♡♡♡♡♡ ]